Ângela Acosta Guardiola é aluna do 9º semestre do curso de Engenharia de Alimentos e atualmente atua na área de Gestão da Qualidade na empresa Danone . Para ela, a busca por cursos complementares e o aprimoramento técnico são fundamentais para o crescimento na carreira. Confira nosso bate-papo com a Ângela:
Conte-nos como foi participar de diversos processos seletivos. Você teria alguma dica para dar aos nossos alunos?
Eu já participei de vários processos seletivos e, antes de estagiar na Danone, passei por outras duas empresas. Então eu vejo a etapa de processo seletivo como uma oportunidade de conhecer o mercado de trabalho, especialmente nas entrevistas; é o momento de você compreender qual será sua área de atuação e também conhecer mais sobre a cultura da empresa na qual você se inscreveu. A dica que eu compartilho é: participe o máximo possível de entrevistas, que, apesar de cada empresa ter seu jeito próprio de trabalhar, o escopo é muito semelhante; então, quanto mais entrevistas você, fizer, mais treinado para esse momento você estará, e mais seguro para falar também. E se for a sua primeira vez? Procure na internet as famosas questões-padrão que sempre aparecem, e treine! Pratique com um amigo, no espelho, com o pet… quanto mais treinado você estiver, mais confiante e estratégico nas respostas você estará durante a entrevista.
Fale um pouco sobre os desafios do estágio e como é começar uma carreira, conhecer diferentes empresas.
É algo bem desafiante iniciar uma carreira, principalmente pelo fato de ser um ambiente diferente e novo, mas ele tem suas similaridades com o acadêmico, nos quesitos responsabilidades e prazos, além de desenvolver habilidades de comunicação e trabalho em equipe. Outro ponto que, ao iniciar um estágio é diferente e você se depara, é com a estrutura da empresa e sua hierarquia, para entender os planos de desenvolvimento de carreira; cada empresa tem um modelo, mas eu acredito ser importante estar ligado nesses aspectos, para se pensar qual será o próximo passo pós estágio.
Por que você acha que foi selecionada? Qual é o seu diferencial?
Eu acredito que, para eu ter sido selecionada, um fator que possa ter influenciado foi eu ter demonstrado o famoso “brilho nos olhos” e vontade de aprender e se desenvolver na área. Já com relação aos diferenciais, para começar a estagiar na Danone, um deles foi eu já ter tido um ano de experiência em ambiente fabril, pois no meu time atuamos com gerenciamento de qualidade de forma corporativa, pois compreender um processo é fundamental para a localização de causas raízes de desvios. E também por ter demonstrado um bom conhecimento na área de qualidade, apresentando o projeto desenvolvido durante as aulas, o que me permitiu mostrar para os recrutadores e gerentes que eu conhecia muitas ferramentas que utilizamos no nosso dia a dia. Mas pensando na minha primeira oportunidade de trabalho como aprendiz na Marba (Seara), o principal diferencial foi ter demonstrado na entrevista conhecimento sobre a empresa (o a qual eu pesquisei antes), ter comunicado que possuo conhecimentos em Excel, Power BI, Inglês, sem contar o conhecimento técnico na área, graças à graduação.
Como busca se desenvolver na carreira profissional?
Vejo que no estágio é importante estar aberto a novas experiências e desafios; é preciso ser flexível e adaptável, além de estar disposto a aprender e crescer. Esses são os principais comportamentos que ajudam a desenvolver a carreira, então, eu sempre busco utilizá-los. Além do aprimoramento na parte técnica, é preciso estar realizando cursos complementares para obter conhecimentos mais específicos; no meu caso foi ter feito cursos de PowerBI, FSSC22000, Lean Six Sigma, que são temas muito procurados na área de qualidade.
Como sua formação acadêmica na Faculdade contribuiu para o seu desempenho profissional?
A formação acadêmica na Faculdade contribuiu muito! Principalmente por estar trabalhando em uma empresa do ramo alimentício, todo o conceito do negócio e processos que que ela adota, eu aprendi na graduação de forma muito bem detalhada e específica. Isso me ajuda muito a ligar o conhecimento teórico da faculdade com as execuções na prática do serviço. Mas a faculdade não nos prepara só na teoria; muitas atividades que desenvolvemos, como as de extensão universitária, me ensinaram a ter proatividade, aprender a resolver problemas, a realizar a gestão de tempo e a expandir o autoconhecimento sobre minhas áreas preferidas, pensando nas matérias que fomos tendo no decorrer do curso. Sem contar os cursos em que eu participei ministrados pelo NAC, que me ensinaram a construir um currículo, me deram dicas de como se preparar para entrevistas; esse apoio que tive por meio deles, sem sombra de dúvida, me ajudou no preparo para ingressar no mercado de trabalho.
Qual seu conselho para o aluno que está buscando uma oportunidade no mercado?
Inicialmente, buscar entender quais são as áreas em que possui maior afinidade e ter um autoconhecimento do seu perfil; no meu caso, eu identifiquei que gosto de serviços dinâmicos e que envolvam análises diversas; quando tive minha experiência trabalhando em laboratório, constatei que era uma rotina mais padronizada e repetitiva, o que não me agradou muito, apesar de ser fanática por química e ter feito duas vezes o curso técnico. Então, é importante buscar entender quais tipos de atividades você gosta mais de realizar, se você gosta de(prefere) rotina bem definida ou não; para isso, você pode se basear nas matérias que teve na faculdade ou em atividades de extensão; tudo isso ajuda a delimitar em quais áreas você possui afinidade e a identificar e entender o seu perfil, o que é muito analisado pelos recrutadores; logo, ter esse conhecimento será de muita ajuda e estratégico na entrevista.
Você encontrou alguma dificuldade no seu estágio e o que fez para superar isso?
Dificuldades, por exemplo, como a falta de conhecimento, habilidades e relacionamentos? Sim, durante meu estágio, encontrei várias dificuldades que me permitiram crescer e aprender. Uma delas foi a falta de conhecimento em certas áreas específicas da empresa e com a linguagem própria da empresa, que possui muitas siglas. Para superar isso, busquei orientação de meus supervisores e colegas, além de realizar pesquisas e estudos adicionais. Outra dificuldade que enfrentei foi a falta de habilidade em certas ferramentas e softwares específicos utilizados pela empresa, como SAP e SalesForce. Para superar isso, participei de treinamentos e workshops oferecidos pela empresa, além de praticar e experimentar os softwares, o que me fez melhorar minhas habilidades com eles.